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Foto do escritorSandra Bonito

Esclerose Múltipla: O Papel da Medicina Natural, Vitaminas e Exercício Físico na Estabilização da Doença

Atualizado: 24 de set.




A esclerose múltipla (EM) é uma condição crónica e autoimune que afeta o sistema nervoso central, provocando a desmielinização dos neurónios, ou seja, a destruição da camada de mielina que envolve e protege as fibras nervosas. Esse processo interfere na condução dos impulsos nervosos, resultando numa variedade de sintomas, como fadiga, problemas motores, distúrbios visuais e cognitivos.

Embora não haja cura para a esclerose múltipla, há evidências crescentes de que intervenções terapêuticas naturais, incluindo o uso de vitaminas, a prática regular de exercícios físicos, incluindo a estimulação motora, podem ajudar na estabilização dos sintomas e na melhoria da qualidade de vida dos pacientes.


O Papel das Vitaminas, com Ênfase na Vitamina B12

Entre os nutrientes que vêm ganhando destaque nos benefícios para a esclerose múltipla, as vitaminas do complexo B, especialmente a vitamina B12, têm sido amplamente investigadas devido à sua função no sistema nervoso.


Vitamina B12 (Cobalamina): A vitamina B12 desempenha um papel essencial na formação da bainha de mielina, que é a substância alvo do sistema imunológico na esclerose múltipla.

A deficiência de B12 pode agravar a desmielinização, piorando os sintomas neurológicos da doença. Estudos mostram que a suplementação de vitamina B12 pode beneficiar pacientes com EM, contribuindo para a manutenção da integridade da mielina e melhorando a condução dos impulsos nervosos.

Além disso, a B12 é crucial para a produção de energia, o que pode ajudar a combater a fadiga crónica, um dos sintomas mais debilitantes da EM.


Vitamina B1 (Tiamina): A tiamina é importante para o metabolismo energético do cérebro e dos nervos, a deficiência pode prejudicar a função neurológica. Embora os estudos sobre a relação entre a tiamina e a EM sejam mais limitados, manter bons níveis dessa vitamina pode ser benéfico para a saúde neural em geral.


Vitamina B6 (Piridoxina): A vitamina B6 está envolvida na síntese de neurotransmissores, que são fundamentais para a comunicação entre os neurónios. Há evidências de que uma ingestão adequada de B6 pode ajudar na regulação dos sintomas neurológicos.

Vitamina D e Complexo B: A vitamina D, combinada com as vitaminas do complexo B, tem mostrado efeitos positivos na modulação do sistema imunológico, reduzindo a inflamação que contribui para a desmielinização em pessoas com esclerose múltipla.


A suplementação com vitaminas do complexo B, principalmente a vitamina B12, associada à vitamina D, pode ser uma intervenção natural eficaz no suporte à estabilização da esclerose múltipla. Ainda que essa estratégia não substitua os tratamentos convencionais, ela pode ser um importante complemento terapêutico, sempre sob orientação médica.


Medicina Natural e Suplementação

Além do uso das vitaminas do complexo B, outras práticas da medicina natural podem auxiliar na gestão dos sintomas da esclerose múltipla:


Fitoterapia e Antioxidantes Naturais: Substâncias como o resveratrol (encontrado nas uvas) e a cúrcuma possuem propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes que podem ajudar a reduzir a inflamação e o stress oxidativo no sistema nervoso, fatores que contribuem para o agravamento da EM.


Óleos Essenciais: Alguns óleos essenciais, como o óleo de lavanda, têm sido usados para aliviar sintomas como dor muscular e stress.

Além disso, o óleo de cânhamo (rico em canabidiol, ou CBD) tem demonstrado potencial na redução da dor e espasmos musculares em pessoas com EM.


Acupuntura: Esta técnica da medicina tradicional chinesa pode ajudar a aliviar dores crónicas e melhorar a qualidade do sono.

Embora os dados sobre sua eficácia específica na EM sejam limitados, muitos pacientes relatam melhoria de sintomas após sessões de acupuntura.


O Exercício Físico como Componente de Estabilização

A prática regular de exercícios físicos, especialmente exercícios de baixa a moderada intensidade, pode ter um impacto significativo na estabilização da esclerose múltipla. Embora os pacientes com EM enfrentem desafios como fadiga e fraqueza muscular, a atividade física, quando bem orientada, pode proporcionar benefícios substanciais.


Exercícios Aeróbicos: Caminhadas, natação e ciclismo podem ajudar a melhorar a saúde cardiovascular, aumentar os níveis de energia e reduzir a fadiga. Pesquisas mostram que o exercício regular pode estimular a neuroplasticidade, promovendo adaptações cerebrais que melhoram a função motora.


Treino de Força: O treinamento de força é fundamental para melhorar a força muscular e a estabilidade. Fortalecer os músculos pode ajudar os pacientes a lidarem melhor com os desequilíbrios e a mobilidade reduzida causados pela EM.


Modalidades holisticas: Essas práticas melhoram a flexibilidade, o equilíbrio e ajudam a reduzir o stress. Para pessoas com esclerose múltipla, o stress exacerbado pode desencadear crises, por isso estas técnicas são essenciais para a gestão da doença.



Conclusão

A esclerose múltipla é uma doença complexa, mas com uma intervenção holística e interdisciplinar, que inclui o uso de vitaminas como a vitamina B12, medicina natural e a prática regular de exercícios, é possível alcançar uma maior estabilização dos sintomas e uma melhor qualidade de vida. Embora esses tratamentos complementares não substituam os medicamentos prescritos, eles representam uma abordagem promissora no controlo dos sintomas da doença, atuando de forma sinérgica com as terapias convencionais.



TESTEMUNHOS


“O meu primeiro contato com a doença foi há 17 anos quando me apareceu uma dormência na parte lateral direita do corpo.

Na altura, não tive um diagnóstico definitivo, apenas uma suspeita não totalmente confirmada. Fui fazendo a minha vida mais ou menos normal, sempre com uma “nuvem negra” sobre o meu espírito.

O diagnóstico definitivo chegou há 6 anos, quando tive uns afrontamentos e sintomas relacionados com a temperatura do corpo que me levaram a fazer mais uns exames. Curiosamente, diagnosticaram-me a EM com o mesmo exame de há 17 anos atrás, o qual na altura não consideraram que fosse suficiente para o diagnóstico.

Nesse momento, deixei-me ir abaixo e quase me deixei levar pelo desespero, mas depois de um conselho sábio da minha mãe, “viver um dia de cada vez e lidar com os problemas à medida que vão surgindo”, consegui controlar a minha mente e entreguei-me na mão dos médicos que iniciaram a medicação para a doença.

A primeira não funcionou (a RM mostrou que as lesões continuavam a aparecer no cérebro), mas agora tomo a mesma medicação há 3 anos.

A par da medicação “científica”, tomo vitamina D3, B12 e do complexo B há muitos anos de forma ininterrupta, aconselhada pela Sandra Bonito. Este “plano” tem corrido bem, sem surtos nem novos episódios na RM.

Em simultâneo, apercebi-me ainda mais da importância de ter um estilo de vida saudável, fazer exercício físico (já fazia, mas para mim agora é uma questão de sobrevivência), beber muita água, descansar o suficiente com qualidade e manter a mente positiva.

Ainda posso fazer muito mais nomeadamente em termos de alimentação, mas esse é agora o meu próximo passo.

Em suma, a minha estratégia para lidar com a doença é fazer tudo o que está ao meu alcance para a contrariar (em termos científicos, naturais e de estilo de vida saudável) e em simultâneo manter a minha vida com os meus hábitos e rotinas normais, “esquecendo” na medida do possível que a doença existe.


Acredito MESMO que a mente tem um papel muito importante na evolução da doença e que devemos controlar os nossos pensamentos destrutivos e manter-nos sempre positivos e apoiar-nos nas pessoas que nos rodeiam e fazem parte da nossa vida.


Há muitos casos de EM no mundo e tem havido uma evolução incrível no tratamento desta doença, mesmo em casos mais graves, por isso há que ter sempre esperança! No meu caso, por enquanto só 4 pessoas sabem que tenho a doença, e espero que a minha vida se mantenha assim por muitos anos!“


O autor preferiu manter o anonimato. Muito obrigada pela partilha!


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